sexta-feira, 20 de maio de 2011

Desvestir-me

Tem também dias em que eu acordo pensando que sou uma pessoa dentro de um corpo, e eu não consigo achar o zíper, e eu não consigo entender onde é o cadarço, onde eu me desamarro, onde é que eu posso sair.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Just Because.

... and just because I see an ending coming, does not mean we have to worry, it might not be our ending.

domingo, 10 de abril de 2011

Metamorfose, sabe?

Quem é que chegou? Eu não sei, mas dentro de mim, chegou alguém.
Quem é, então? Eu é que não sou. Mas se for eu, é mais alguém também.
Uma outra de mim chegando, chegando...
E virando eu.

Deixa

Deixa para amanhã, ou depois de amanhã, ou depois. Tanto faz um dia ou outro. Ninguém vai embora, não é mesmo? Ou vai?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre o alívio e aquele livro.

Tem vezes que pensar em você me traz certo alívio. Mesmo que a gente nunca mais tenha se visto, mesmo que faça muito tempo, mesmo que mesmo. Eu gosto de pensar que eu já fui sua inspiração para qualquer coisa que você nunca fez. Aquele livro que você me deu...eu não entendi nada. Você me deu esperando que pudéssemos discutir alguma coisa, mas eu não pude, ele não me convenceu. Eu esqueci de te falar isso!
E sobre o alívio, eu não sei explicar. Você rompeu alguma coisa na minha cabeça e acho que não vou esquecer nem em um milhão de anos. Não é como levar um vestido para o tintureiro. Não existe tintureiro para esse tipo de mancha, você sabe.

Dentro de mim.

Mas e quando eu não quero ser eu? Em certas vezes tenho vergonha - eu poderia ter sido outra coisa.
Tem vezes e mais outras vezes que eu estou sendo enganada por mim.
E como saber quem sou eu se eu estou desgastada, eu estou reprimida, eu não estou eu?
Me ajuda, me tira de mim, que eu estou quase me engolindo!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

E então, ele me disse...

Eu perdi muitas horas da minha vida lendo os seus escritos, ele disse. Eu suspirei e fiquei um pouco aliviada. Um alívio de quem não perdeu tempo escrevendo cartas de amor ao infinito.

Ato falho

(...) fim de dezembro, quando você fazia parte da minha vida.

.

Você me perdoa por estar conseguindo disfarçar a saudade tão bem, por estar quase enganando a mim mesma, por estar chegando a algum lugar nenhum?

o foco da fuga.

Estive sempre fugindo
mas eu perdi um pouco o foco da fuga
continuo fugindo
mas acho que fujo de ontem
de outros dias
de coisas que não são mais
Não fujo mais daquelas coisas
são outras as fugas
são fugas de brincadeira
são fugas pra ficar.

Não mais, não tanto.

Eu fico pensando como eu era antes de te conhecer. Não sei bem, mas eu era um pouco mais distraída. Não sabia a diferença, a real diferença, entre o verde e o azul. Agora que eu sei, gasto horas do meu dia reparando no que é verde e no que é azul. Eu gostava de achar que era tudo mais ou menos igual. Eu gostava de misturar tudo, de me confundir. Mas não. Agora que o azul é azul, não tem mais volta. Eu aprendi, não dá mais para confundir. Tinha algo de pueril, de quem acha tudo bonito. Não mais, não tanto

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Da minha janela

A chuva não é a mesma. O mar nunca vai ser como aquele. A minha voz já mudou, tudo está diferente. E dói, e como dói termos fechado aquela janela cheia de barcos. Eu estou aqui agora, e tudo está tão diferente. Como uma chuva tão igual a de sempre, pode ter perdido tanto a graça? Agora ela é tão triste, parece chorar o que antes cantava.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Hoje eu sou nada e não há nada que me faça ser alguma coisa. Talvez um cobertor para eu me esconder, uns óculos escuros, para eu sentir que estou um pouco escondida. Nem isso. Eu não sou hoje, e se esse dia for mais tarde questionado, será uma grande incógnita que ninguém tentará resolver. E pouco importa. Não há eu por hoje, e eu espero que eu sobreviva a essa enorme inexistência de mim.

Um dia

É só um dia a menos em uma vida que dura só o tempo de uma vida. E que diferença pode fazer um só dia? É só um dia. É só um arranhão, é só uma chuva, é só uma morte. Essa morte que pode vir amanhã, mas é só um dia!