domingo, 31 de outubro de 2010

Ele me disse

-se você soubesse o que eu sinto por você, acho que você correria.
-é feio?
-não, é muito forte.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Incomunicação.

-Ei, quando foi que você parou de sorrir?
-No mesmo dia que você deixou de notar.
-Mas eu nunca deixei de notar... nem por um dia... tenho até saudades de você sorrindo.
-Pois devia ter me falado, você desperdiçou milhares de sorrisos que eram para você.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E quando for dividida?

As vezes eu fico pensando em como vai ser quando eu tiver que dividir a minha cama com um homem, todos os dias... eu não sei o que será de mim . Fico pensando se eu serei capaz de dividir a minha vida. Ela é tão escassa, tão pouca, mal dá para eu viver. O que será dos meus pensamentos se eu tiver de compartilhá-los todo tempo? O que será dos meus silêncios? E se eles forem mal interpretados? Eu não consigo explicar todos os meus silêncios. São tantos, eles fazem parte do que eu sou. Eu sou feita de silêncios e algumas palavras entre eles. O que vai ser da minha vida, dividida ao meio? Vai sobrar um pouco para existir por aí, sem ser de ninguém?

domingo, 3 de outubro de 2010

as sirenes dos meus ouvidos.

Quero dormir, mas me faltam olhos para fechar. Os olhos que tenho não fecham mais e eu não durmo. Terei de conversar com corujas e vagalumes, e quem sabe aprender a viver à noite. Meus olhos não fecham, mas não posso dizer que eu vejo tudo. Se um dia eu fechar os olhos novamente, será que volto a enxergar? Peço então que todas as sirenes dos meus ouvidos se aquietem, por favor. Quero ouvir apenas os grilos e as cigarras. Talvez eu não saiba mesmo a dimensão do que está por vir, e isso me dá um enorme prazer. Já fui chamada de sonsa. Talvez sonsa, talvez distraída, talvez indiferente ao que não posso mudar. Eu não alcanço o que está por vir, e isso explica a minha grande preferência por grilos à sirenes. 

ainda

Acho que eu sei que você ainda me ama,
mas eu prometo guardar segredo.