quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Hoje eu sou nada e não há nada que me faça ser alguma coisa. Talvez um cobertor para eu me esconder, uns óculos escuros, para eu sentir que estou um pouco escondida. Nem isso. Eu não sou hoje, e se esse dia for mais tarde questionado, será uma grande incógnita que ninguém tentará resolver. E pouco importa. Não há eu por hoje, e eu espero que eu sobreviva a essa enorme inexistência de mim.

Um dia

É só um dia a menos em uma vida que dura só o tempo de uma vida. E que diferença pode fazer um só dia? É só um dia. É só um arranhão, é só uma chuva, é só uma morte. Essa morte que pode vir amanhã, mas é só um dia!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ontem eu demorei pra dormir.

Ontem eu demorei para dormir, porque eu pensei em Deus. Pensei em comida, no reveillon e eu pensei também no abismo e na morte. Pensei na solidão, mas eu pensei em nós dois, pensei nele também, eu pensei em religião. Eu pensei em notícias, em frases, em suco de limão. Cheguei a pensar no meu sonho antigo e a falta que ele me faz. Fiquei pensando em ir embora, como eu sempre penso, depois eu pensei em motivos para ficar. Pensei em mais um pouco de abismo, no meu cachorro, em línguas que eu queria aprender e em café. Eu nem posso tomar café, mas eu bebo mesmo assim. Pensei em fotos que eu tirei, e em fotos bonitas para tirar. Pensei na praia, no meu irmão. Pensei em armários maiores, em roupas e naquela loja que você gosta. Eu pensei nos seus traços e eu ia começar a pensar na chuva, mas eu caí no sono e passei a sonhar. Os meus sonhos eu nunca lembro.

There was a prince...

He had everything, so nothing was ever good enough for his nothingness inside.

Do lado de dentro.

A chuva vai passar. O tempo, a vida, os homens, a dor e a fome.
A vontade de qualquer coisa vai passar. Todo mundo que vier, todo mundo que me fizer chorar, ou não fizer nada. Não adianta dizer que não. O infinito vai passar, eu prometo. É assim, e não há deus que negue.
O que não passa (e contra isso não há remédio) é a solidão. O peito, ele é solitário; pode enchê-lo de mesquinharias, de segredos, de saudades, de pessoas, ele é só ele.
E quando tudo der errado, e se tudo der certo e se nada acontecer além das coisas, o peito é sozinho lá dentro.
E isso não vai passar.

sábado, 20 de novembro de 2010

mas só talvez.

Eu sei que talvez um dia isso acabe, mas eu não quero saber. Não quero que alguém me diga e eu não quero perceber. Eu não quero receber um aviso, não quero receber um sinal. Não quero ver, não quero, não quero, não quero. Eu quero acordar um dia, e de repente ver que o que iria acabar já não acabou, e que não tem mais o que acabar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Far Away, So Close

Sabe, eu queria que você ficasse me olhando de longe, enquanto eu estivesse distraída. Queria que você escrevesse poemas secretos para mim e eu nem imaginasse. Queria que você olhasse minhas fotos, procurasse os meus amigos e chamasse o meu nome sem eu saber. Eu queria que você me descobrisse antes, que eu fosse escolhida por você. E que assim, bem de repente, nossos olhares se encontrassem, depois de tanto se procurar em outros olhares. Mas será que você é dessas pessoas que observam as outras de longe?

domingo, 31 de outubro de 2010

Ele me disse

-se você soubesse o que eu sinto por você, acho que você correria.
-é feio?
-não, é muito forte.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Incomunicação.

-Ei, quando foi que você parou de sorrir?
-No mesmo dia que você deixou de notar.
-Mas eu nunca deixei de notar... nem por um dia... tenho até saudades de você sorrindo.
-Pois devia ter me falado, você desperdiçou milhares de sorrisos que eram para você.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E quando for dividida?

As vezes eu fico pensando em como vai ser quando eu tiver que dividir a minha cama com um homem, todos os dias... eu não sei o que será de mim . Fico pensando se eu serei capaz de dividir a minha vida. Ela é tão escassa, tão pouca, mal dá para eu viver. O que será dos meus pensamentos se eu tiver de compartilhá-los todo tempo? O que será dos meus silêncios? E se eles forem mal interpretados? Eu não consigo explicar todos os meus silêncios. São tantos, eles fazem parte do que eu sou. Eu sou feita de silêncios e algumas palavras entre eles. O que vai ser da minha vida, dividida ao meio? Vai sobrar um pouco para existir por aí, sem ser de ninguém?

domingo, 3 de outubro de 2010

as sirenes dos meus ouvidos.

Quero dormir, mas me faltam olhos para fechar. Os olhos que tenho não fecham mais e eu não durmo. Terei de conversar com corujas e vagalumes, e quem sabe aprender a viver à noite. Meus olhos não fecham, mas não posso dizer que eu vejo tudo. Se um dia eu fechar os olhos novamente, será que volto a enxergar? Peço então que todas as sirenes dos meus ouvidos se aquietem, por favor. Quero ouvir apenas os grilos e as cigarras. Talvez eu não saiba mesmo a dimensão do que está por vir, e isso me dá um enorme prazer. Já fui chamada de sonsa. Talvez sonsa, talvez distraída, talvez indiferente ao que não posso mudar. Eu não alcanço o que está por vir, e isso explica a minha grande preferência por grilos à sirenes. 

ainda

Acho que eu sei que você ainda me ama,
mas eu prometo guardar segredo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

eu nem sou tão triste assim... mas é que hoje eu estou cansada.

Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o!
Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, eu raramente embrulho os meus sentimentos um com papel de presente. Mas raramente não quer dizer nunca.

sábado, 25 de setembro de 2010

When he meant let go.

and I thought i was ready to bleed, that we'd move from the shadows on the wall, and stand in the center of it all. Too late, two choices: to stay or to leave; mine was so easy to uncover, but he'd already left with the other... so i learned to listen through silence.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Triiiim Triiim Triim

Adoro fingir que não ouço meu celular tocando.
trim, trim, trim.
Aí eu vejo um nome com (...).
Em um segundo eu atendo, nem ouço o trim.hahaha

War Widow

Ele não foi uma Guerra Mundial no meu peito, e o máximo que ficou em mim foram umas fotos que tirei com os olhos. Fotos bonitas. Mas foto é uma coisa que vai desbotando com o tempo.

(Mars Volta me inspira!)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

outras coisas

'Você é o que determinam as estrelas', ele disse.
Ela ficou quieta, só observando.
É bem possível que ela não entendesse quase nada.
Mas tudo bem.
Era o silêncio que eles dois compartilhavam.
... e as estrelas não determinavam nada!

sábado, 11 de setembro de 2010

Barco a remo

Sabe, eu também não sei remar.
Por isso, estou no barco ao lado, com os meus remos também inúteis.
Há algum conforto pra você em  saber que a correnteza do rio é forte, e que ela está nos levando para algum lugar?
O lugar não sei bem aonde é...
Mas o barulho do rio é bom!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

lições de um vazio.

O vazio inevitável do fim do dia voltou a aparecer. Discretamente, enquanto eu estou distraída pensando no que será de amanhã. É um vazio bonito, até... quase se confunde com um sentimento de impotência, de insignificância. Mas é um vazio, apenas. Não esvazia o meu ser, não me deixa desiludida esperando algo para preenchê-lo, ele apenas é. Tem dias que sinto uma paz enorme em estar aqui, tem dias que passo cheia de dúvidas se eu deveria estar em outro lugar. E o vazio, que passa o dia todo escondido, surge segundos antes de meus olhos fecharem para dormir. Não luto contra ele, não sofro (só às vezes que sofrer me faz grande), eu deixo o vazio ali, porque ele é meu e com ele eu aprendi a coexistir.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os 50% do amor

Você falou milhares de frases desconexas e um pouco incompreensíveis.
E todas elas renderiam um post. Mas eu escolhi essa.

"As pessoas não tem culpa se você gosta delas. O sentimento é seu. A culpa é sua. A responsabilidade é sua."

Não concordo. 50% para cada.

50% culpa de quem gosta, 50% culpa de quem é gostado. Porque ninguém gosta de alguém porque escolheu aquela pessoa, essas coisas a gente não escolhe. E ao mesmo tempo, há uma fração de segundo em que se é possível escolher: se encantar ou fechar a porta.

Os medrosos fecham a porta e põe a culpa no outro. Os aventureiros se jogam com tanta força que às vezes chegam até a quebrar alguns membros do corpo. Às vezes até um órgão vital. O coração, por exemplo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

#2

E então, eu me recuso a ir dormir agora.
Agora, que o dia virou noite e tudo ficou tão lindo, silencioso.
Ninguém me pede para ser nada, ninguém ao menos sabe onde estou...
nem eu.
Eu não estou com saudade de nada.
Eu quero ficar acordada até que o mundo acorde,
e então eu quero dormir.

domingo, 15 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

você é um pescador?

A memória de peixe às vezes bate na gente, e a gente esquece completamente que um dia sofreu. A gente pensa que nunca existiu nada disso antes, mas é só a memória de peixe. Algumas pessoas não entendem nada de mar, e chamam isso de amor.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Protetores.

- As pessoas usam óculos escuros e dizem que é para se proteger do sol...              

                                                                              

Mentira.
 




                                                                            Elas querem se proteger das outras pessoas!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

sem título, mas não sem amor.

Farei, desta vez, como certo poeta escreveu uma vez, porque ele tem razão. Não pronunciarei a palavra amor. Esta santa palavra, da minha boca não sairá. Se um dia você pensar que não o amo, que o fim chegou, não pense, se o problema for o meu silêncio. O amor não será dito, ele será um segredo de nós dois. Não posso correr o risco de soltar a palavra aos ventos, e deixá-la fora do meu peito.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

o seu livro

Eu posso ficar completamente brava, ou encantada com alguém, não importa. É sempre a mesma resposta que ela me dá (e eu prefiro ouvir isso quando encontro pessoas terríveis, me dá um certo alívio). Ela diz:
- É só mais um capítulo para o seu livro.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Só quero que você entenda...

Que seu passado faz parte dos seus olhos, da sua risada, do seu nariz. Eu não ligo para ele, até gosto de tudo que ele te fez. Te fez uma mistura de coisas que eu procurava em lugares diferentes. Tem a dose certa de abraço (nem mais, nem menos), tem o doce exato no beijo e tem uma bobeirinha que te faz rir de mim, quando espero ouvir sua risada. As pessoas que caminharam no seu peito, e o deixaram do tamanho que ele é, não podem ter o meu desgosto, porque faço do seu peito o meu jardim. Não se assuste com a minha cara de surpresa, quando vejo o seu passado em fotografia. Eu não me sinto dolorida e nem menor. É que o passado é uma coisa tão abstrata... fere os olhos ele assim, tão exposto na minha frente. Guarde o seu passado nos seus olhos, na sua risada e no seu nariz, não deixe que eu veja o rosto que ele tem.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Venda para o SWU começa no dia 13!

A venda de ingressos para o SWU Music and Arts Festival, que tem sido chamado de 'Itustock', começa as 0h do dia 13 de Julho por meio do site www.ingressofacil.com.br. A página do festival traz 90 postos de venda, que começarão a funcionar às 9h. Os preços ainda não foram divulgados. O evento receberá cerca de 60 atrações, em três dias, como Incubus (foto)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tudo na vida...

Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos
portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.
 


Fernando Namora, em "Mar de Sargaços" 1819-1889

sábado, 19 de junho de 2010

cascas, talvez?

Eu logo tracei um perfil dela: estudiosa, perfeccionista (e por isso um pouco chata) e honesta. Dele eu não pude dizer muita coisa, porque ele ficou o tempo todo gastando energia tentando ser legal. Preferia ter visto o rosto verdadeiro, mas não consegui. E tiveram as outras pessoas, observei-as uma a uma, traçando todos os perfis bem detalhados. Eu simplesmenete adoro quando o tempo passa e eu me descubro completamente enganada sobre todo mundo, é o que eu mais gosto. As pessoas usam cascas, vestem máscaras e gastam bastante energia diária tentando ser outras coisas, mas é infalível: vem o tempo e mostra tudo. Fico pensando, o que será que vêem em mim e na minha casca?

                                                                                                  Para A.T

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Between the lines.

Cause i can't continue pretending to choose this opposite sides on which we fall, the loving you laters if at all, no right minds could wrong be this many times. My memory is cruel: I'm queen of attention to details, defending intetions if the fails. until now, he told me her name, it sounded familiar in a way I could have sworn i'd heard him say in ten thousand times. Ohh if only i had been listening!Leave unsaid, unspoken. Eyes wide shut, unopened. you and me, always between the lines. 


But I’ll never see anyone else. I only see you. Even when I close my eyes and try to see something else.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Há molduras que esperam. Ou não.

Não sei se é nos seus olhos, se é no medo, se é nos meus pensamentos egoístas, ou se é no caminho até você que eu estou perdida. Mas eu estou. Você tem as palavras preferidas dos meus ouvidos, só que eles estão um pouco fechados, surdos talvez. Há muito resquício de tudo nas minhas mãos, na minha vista falha, no meu coração pequeno e mesquinho. Tenha calma, porque eu já tive pressa das coisas e a pressa leva ao fim. Medo, pressa, angústia... É tudo feito de fim. O fim é um quadro triste pendurado na estante. A moldura não é bela: ela é de madeira ou de pedras brilhantes. E no fim, o que vemos é a terra em cima de nossos corpos silenciosos. Não faça silêncio, ele será abundante. Seja apenas o meu mapa, mesmo que você precise dele às vezes. Eu serei o seu também, mesmo que ele não leve a lugar algum.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vez ou outra acordo num susto. É aquele velho medo de estar viva. Todo mundo sabe que eu tenho isso. Parece loucura, mas é muito sã. Eu tenho medo de estar viva, porque morrer parece fácil. Puff, acabou. Estar viva é uma coragem. Os sonhos me apavoram. Digo sonhos desses de alcançar. Apavoram porque podem vir amanhã, ou podem nunca vir. E tem também as perdas. Dia se ama, dia não. E se eu amar, mas de repente não amar mais? Não foi de repente que do silêncio fez-se o pranto? E se meu barulho também virar pranto? E se? Lá vou eu questionar tudo. É o medo, quando se tem esse medo todo que eu tenho, tudo parece uma grande bobagem, tudo parece faz-de-conta, não é possível que nada disso seja real. Será que quando se realiza um sonho, no dia seguinte se continua vivendo? Como é a vida após o sonho? Ela existe?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Odeio despedidas, mais do que todo o mundo. Principalmente porque eu nunca consegui segurar a mão de alguém que eu nunca mais quis soltar. Todas as minhas despedidas são tristes, desesperadas e me ardem tanto, porque elas apenas me lembram das mãos que eu soltei.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um pouco de mim

A sua fotografia continua ali, imóvel e calada como ela sempre foi. Talvez um pouco mais imóvel e um pouco mais calada, agora. Só um pouco.. mas agora ela me dói. Seu rosto de lado, como se fizesse uma pose sem querer. Na verdade, a impressão que tenho de você é que faz tudo sem querer. Sem querer me olhou, sem querer me quis, sem querer me prendeu em armadilha. E a sua fotografia agora me dói, porque eu estou presa à sua armadilha, simples assim. E você, (será sem querer?) levou embora um pouquinho de mim.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Living Colour teve a melhor trilha sonora da noite...
'e é por coisas assim que eu adoro!' <3


Naquela noite, ela pensou como ele estaria. O que ele estaria fazendo e se ele estaria sozinho. Ela pensou num bom motivo olhando para o telefone,e ficou tentada a mandar um telegrama bem urgente perguntando onde ele estava, mas ficou apenas tentada; não teve coragem de escrever nenhuma letra. Era qualquer coisa fora de seu alcance. Passou a noite toda tentando juntar velhos pedaços para ver se conseguia entender coisas que nunca havia entendido, mas em vão. As lembranças não tinham continuidade e eram pedaços confusos demais. Pelo menos ninguém saiu ferido, fora um adeus silencioso. Ela queria saber se ele estava sozinho olhando por aquela janela branca, ou se estaria cantando em alguma outra janela, ou talvez com os pés apoiados naquela mesa cara. Onde ele estaria, o que estaria fazendo? A última vez que se viram, ele estava empolgado mas parecia meio abatido, foi o último retrato dele que ficou em sua mente. 'Será que um dia ele aprende a não ser tão distante do mundo?', ela pensou.

domingo, 16 de maio de 2010

(...) – bem, como vai você? levo assim, calado, de lado do que sonhei um dia,como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar. Poderia até pensar que foi tudo sonho; ponho meu sapato novo e vou passear sozinho, como der. Eu vou até a beira. Besteira qualquer nem choro mais, só levo a saudade e é tudo que vale a pena.
  

Sapato Novo- Los Hermanos

sábado, 15 de maio de 2010

Que gosto é esse?

Que gosto é esse na minha boca? Não é o seu beijo e nem o beijo de ninguém. Não é o gosto do medo, esse gosto eu conheço bem. Náo é saudade, não é coragem e nem desgosto. Não é nada que eu conheça. Já se passaram tantos anos desde que o homem começou a dar nomes para todas as coisas, eu penso se todos os sentimentos já foram nomeados. Esse gosto, esse sentimento, acho que ninguém deu nome. Eu não sinto fome, não sinto dor, não sei o que é. Não tenho medo dessa vez. Acho que é gosto do tempo passando. Tem nome sentir o tempo passando?



Por K.B e J.P

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu tenho um amigo incrível. Ele faz festa na casa dele toda sexta-feira, não pára quieto, faz amizade com qualquer pessoa que passa na vida dele e o mais legal de tudo, ele adora ler. É dessas pessoas que é muito, muito difícil mesmo de não gostar. Ele tem umas frases bem divertidas que são marca registrada dele, e a que eu mais gosto é sempre pronunciada nas festas de sexta-feira: "Pessoal, quebrem apenas o necessário". Essa frase anda ecoando na minha cabeça. Tenho vontade de dizer para todas as pessoas que fazem festa no meu coração: "Ei, quebre apenas o necessário..."

A interminável lista de coisas que eu gostaria de saber...

  1. Queria saber se Deus concorda que à noite os homens durmam, e de manhã os homens trabalhem. Se ele fez a noite ser escura só para que ninguém enxergasse nada e fosse dormir, ou se ele quis que os homens fizessem um esforço e vivessem a noite, mas ninguém o obedeceu.
  2. Queria saber se é verdade que todo mundo tem um dom. O dom de cantar, de contar, de correr, de nadar, de ser líder (como Gandhi) ou de transmitir paz (como Dalai Lama). Se for verdade mesmo, eu gostaria de saber qual o meu dom.
  3. Queria saber quem é Graça e se ela trabalha mesmo com os filhos. Porque todos os dias eu passo perto de um restaurante chique de São Paulo e vejo um monte de cestas, dessas de feira, com muitas frutas frescas e um rótulo escrito: "Graça & Filhos". A Graça é quem recolhe as frutas e os filhos a ajudam a colocá-las nas cestas e vendê-las?
  4. Queria saber se você, às vezes, pensa em mim.
Minha lista é interminável e eu não me atrevo a terminá-la.

Às vezes eu desgosto tanto dos meus pensamentos, mas tanto. Nem o alto volume do rádio consegue abafá-los. Nem o desvio do meu olhar, nem outros pensamentos que tento pensar emcima daqueles. O que eu faço com esses pensamentos, se eles estão dentro de mim e tudo que é de dentro é intocável?

Tudo que é de dentro é intocável?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Eu gosto de ler textos que não tem um fim. Textos que contam um pedaço de uma história ou relatam uma experiência, mas que não acabam. Uma frase encerra aquele relato com um ponto final, mas a história fica... assim meio suspensa! Então eu começo a criar o que viria depois. Eu começo a colocar a minha vida naquele texto e as coisas ficam com a minha cara. Eu li sobre uma noiva que conhecia o pai do noivo. O encontro é puro, é bonito. Aquele texto termina com a frase "e caminhamos calmamente para o carro" mas não acaba a história. E eu, na minha cabeça, criei um abraço, um casamento bonito e, como minha imaginação sempre manda no final, ninguém nunca mais sente frio. Não sei porquê, mas nas minhas histórias as pessoas não acabam felizes para sempre, elas apenas nunca mais sentem frio, e ficam com as mãos entrelaçadas, para o resto do que for. Felizes, é claro, mas não para sempre, por que a tristeza é linda. Tem que ter um pouco de tristeza entre um para sempre e o outro. Amor bonito, é amor triste. Pelo menos nos meus finais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Diálogo do não adianta.

- Estou sim adiando a nossa conversa. É muita coisa que fica perdida na tradução de um sentimento partido. Não vamos entender, nem eu e nem você. Tanta coisa incompreensível.. sobre o quê iremos falar? Sobre o que você nunca disse? Ou sobre o que eu sempre tive que adivinhar? Podemos então falar sobre a praia que sempre ficou nos esperando, que eu fiquei esperando, mas você não me levou. Podemos falar também sobre as fotos que eu sempre quis tirar, mas você nunca levou a máquina. Ou então a gente pode falar sobre todos os textos que eu escrevi para você, mas você nunca disse nada. Você gostou?
- Essas coisas a gente pode sim falar, mas por favor, não me pergunte por que eu fui embora. Eu fui embora porque um dia eu percebi que o amor não é mudo. Porque eu percebi que eu quero ficar rouco de tanto conversar de madrugada. Porque eu vi como o horizonte é infinito e eu quero andar nele até cansar. Eu fui embora porque eu vi como a vida estava me chamando e eu não podia mais deixar o tempo passar assim, tão à toa.

é só uma coisa que faz parte.

E mesmo quando eu teimo em acreditar que doi, percebo a mentira que estou me contando. E isso sim machuca. E essa sua mania e me surpreender quando eu menos espero? E essa sua mania de me decepcionar quando eu estou esperando que você me dê o mundo inteiro? Talvez a mania seja minha mesmo de te querer tão perto e tão longe. De querer que você leia os meus pensamentos e decifre cada pedacinho de mim. Mas talvez, mais que tudo isso, a minha mania é sempre querer gostar de você sem precisar esperar nada em troca. =]

Acho que fiquei tanto tempo longe, que me acostumei com a ausência; e quando sinto saudades, isso soa como um sentimento comum. Já não doi... faz parte de mim!

Mesmo com tudo.

domingo, 2 de maio de 2010

Você dizia coisas tão fascinantes. Ou era eu que escutava só o que eu queria ouvir? Você me ganhou desde o primeiro olhar. E foi me ganhando. Mas você parece me perder aos poucos agora. Eu não sei se espero, se vou, se é cedo ou se é tarde. Você me confunde. Eu não consigo te decifrar, você carrega qualquer coisa de saudade. Antes mesmo de você chegar eu já estou sentindo saudade. Acho que é a ausência, que mesmo que você lute contra ela, você aprendeu a ser ausente. Eu carrego uma multidão no peito. São muitas e muitas pessoas. E todas elas querem um pouco. Todas elas sentem saudade, você consegue deixar a multidão do meu peito sozinha. Você consegue não dar a mão para nenhuma das pessoas que eu trago comigo. Eu não peço muito, posso transformar essa multidão em uma só. Eu não peço muito, só não quero mais essa sua saudade. 
Faz algum tempo já que nada tenho a dizer. Pode ser que eu esteja sem voz, pode ser que eu esteja sem palavras, sem frases.Pode ser que eu esteja cansada.
Mas nesse tempo em que ando calada,

                                                                      vejo que tudo vai ficando distante, tudo.
 
 

Caneta de dedos

Não consigo disfarçar a vontade de escrever poemas em seu peito. Será que algum dia você me deixa?

sábado, 1 de maio de 2010

THE END

Eu tive medo o tempo todo. Se alguém me abraça, eu perco o medo. Você nunca me abraçou o bastante. Tem dias que eu quero que tudo morra, e não fique nem uma última voz. tem dias que tudo morre, mas sobra uma voz.

... mas pelo menos foi um ponto final depois de tantas reticências!

quinta-feira, 29 de abril de 2010


Tudo que você diz guarda uma despedida triste. Mas só eu posso ouvir o adeus de cada palavra sua. Você tem um jeito manso de dizer que o mundo está desmoronando. E eu, secretamente, às vezes desejo que ele desmorone logo. Que tudo recomece com outro começo. E você sabe o que eu queria que mudasse, mas você, secretamente, não sabe se também queria recomeçar. A gente sorri para toda essa areia caindo na ampulheta, porque somos tão tolos... Mal sabemos que o mundo está prestes a rachar ao meio, e que cada um de nós vai ficar de um lado.
Quando escrevo nenhum milagre acontece. Minhas palavras não curam ninguém. Nem mesmo as minhas próprias dores. Não morro. Não mato. Não curo. Não firo. Irônico e trágico.
Faltam peças neste quebra-cabeça. E quando escrevo, procuro por algumas destas peças. Aquelas que formam parte de mim. A parte que eu perco lentamente a cada badalar do sino ao lado esquerdo do meu peito.

-tive uma ajudinha com esse, o original tinha 'pouca metáfora' :D
Obrigada, Leandro.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pelos seus olhos eu sou uma pessoa inconsequente, que não sabe o quer da vida e tem medo de tentar. Por eles eu sou mais esperta do que inteligente. Pelos seus olhos sou eu quem não soube tentar e vive agora do presente. Pelos seus olhos eu sou fria e não sei demonstrar os meus sentimentos. Pelos seus olhos eu não sei estabelecer limites ou mensurar os limites alheios.
Pelos seus olhos eu sou muita coisa que eu nem imaginava que poderia ser. Muita coisa que eu não sou. Pelos seus olhos...que nunca souberam me olhar. E os meus olhos às vezes insistem em se guiar pelos seus.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quem aqui já assistiu o filme Rockstar? Dói dizer isso, mas percebi hoje que a história vivida por Jennifer Aniston tem enorme relação comigo. Sem mais.

Não gosto de casa vazia.

Não vá embora dessa vez. Fique para tomar mais um ou dois goles, mais um copo. Fique porque o filme ainda não acabou, fique. Vamos, fique para me contar mais alguma bobagem qualquer que nem me importa. Fique porque eu não gosto de casa vazia. Eu não gosto de abrir a porta para niguém sair a essa hora da noite. Vamos, fique aqui. Você nem precisa ir embora, você nem tem mentira nenhuma para contar amanhã, é melhor ficar. Não vá embora dessa vez, eu não aguentaria.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Café com leite

É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualismo amor do corpo.
Como deve ser triste a vida dos homens que tem mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.
Para os chamados "grandes homens" a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e serra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um "pequeno homem".
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do prazer cumprido.
No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo asceticismo da ioga... tudo é menor... O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

Crônica de Antônio Maria.

I cannot say it.



But my heart does not know what happened.
So he sends me these beautiful thoughts,
he tells me to remember you at all times,
he tells me to think of you at the beach,
at the mardi gras, during the solitude of the nights.
And it is not my fault, because he does not know what happened.
I try to tell him, but he does not listen.
Perhaps you should tell him. I can not.


Você é tão secreto e tão misterioso que toda vez que os seus olhos sorriem, eu imagino se eles estarão sorrindo para mim... Mas eu não sei.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

Quem me dera...


... que na minha vida o querer e o dever andassem sempre de mãos dadas...
Era tão mais simples!

Adeus, fim de post! ;*

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Então tudo tem duas visões: a de quem esta dentro - que geralmente é uma visão mais insana, mais egoísta. E a visão de quem esta fora - geralmente mas sensata, mais ampla. Ou não. Tem visões de quem esta fora que são, tão ou mais, insanas do que as suas próprias.
Isso deve ter a ver com pessoas. Pessoas sensatas e pessoas insanas. Maduras e imaturas. As que respiram e pensam e as que agem num impulso momentâneo e fazem.
E eu não preciso dizer em qual grupo estou. Depois de uma avaliação de alguém mais sensato você melhora, eu ousaria dizer que você se torna até um pouco positiva. Um pouco. Mas também, me pego pensando até que ponto isso não seria conformismo ou ilusão.
A gente apela pra búzios, pra cartas de tarô e acredita naquilo, e faz toda força do mundo para acreditar naquilo. Ai entra a fé. Até que ponto você tem fé? Onde esta o limite entre sua fé, seu ceticismo e a realidade? A gente simplesmente crê e não vacila. Ou vacila, mas continua crendo.
Mas é essa fé, daquelas bem fortes que faz a gente acreditar no novo, que faz a gente apostar que de uma forma ou de outra as coisas serão como queremos. Sim, nossa fé também é egoísta. O novo bom, o novo certo, claro que é do jeito que a gente quer. E a gente acredita e continua. Com fé. Porque tem coisa mais destrutiva do que insistir sem fé alguma? E não falo em fé ligando diretamente a uma religião, você pode ter fé que o monstro verde que mora no interior da terra irá comer todos os teus problemas. O monstro é seu e a fé muito mais!
Me esforço todos os dias para ter paciência. Para tentar entender que o meu tempo não é o tempo do mundo. Há pessoas mais lentas. Nem todas têm essa ânsia e essa ansiedade. Nem todas têm esse desespero contido de que se não for agora não será em tempo algum. E a gente exercita a paciência. Li agora uma crônica que fala sobre fazer falta. O “sinto sua falta” de acordo com o autor, é um dos mais lindos elogios que alguém pode te dizer. Quer coisa mais linda do que fazer falta? Eu não sei se faço falta a alguém. Mas sei que digo aos que me fazem falta o quanto essa falta dói. E isso por mais humilhante que possa parecer (e acreditem, algumas vezes realmente é!) também tem que valer de algo. Ai me lembro dessa coisa de fazer falta. Da vontade que dá de ir embora. De chorar e de ir embora simplesmente, para que te acolham, para que sintam faltam. No fundo para saber se sua ausência se tornará uma falta ou apenas um espaço em branco. A gente não sabe, não da pra sumir apenas pra tentar fazer falta. A gente vai seguindo em frente, continuando, com fé, com dor. Esperando que algum dia, alguém nesse ciclo louco que é a vida, pare e pense no quanto você faz falta. No quanto algum momento com você foi tão forte que fez essa pessoa parar e escrever: “penso em você, sinto sua falta”.

Só para que fique claro, é apenas um texto, não tem, necessariamente a ver comigo :)

sábado, 27 de março de 2010

Palavras que respiram realidade, apetecimentos e doçuras. Tamanha sintonia. saudade que invade e mesmo com a janela aberta não foge. acho que quer adormercer comigo, sonhar meus sonhos, ou quem sabe ser sonhada. Sentimentos que fervem, queimam, aquecem a alma, e ocupam a saudade! nunca havia desejado tao intensamente a presenca de alguem.


'Meus beijos sem os seus não daria
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte.' :)

- (L)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Eu bem que gosto de ficar sozinha. Já tive ótimos momentos comigo mesma dentro de um ônibus, em frente ao mar, lendo um livro. Mas reconheço que os momentos sublimes, aqueles eleitos como inesquecíveis, aconteceram quando eu estava acompanhada. Reconhecer isso não faz eu desprezar a solidão, mas me impede de adotá-la como estilo de vida permanente.

terça-feira, 23 de março de 2010

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que havia muitas coisas pra fazer, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro trabalho – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa, ouvir uma música animada e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga nestas noites quentes de verão e não me importa que mil raios partam qualquer sentido vago da razão eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música.
Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais.
Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Penso, penso, penso, não canso de pensar, de idealizar, quantos suspiros.
A lua esta aqui agora, 10 contados, mais idealizações, a minha cena é a do Efeito Borboleta 2,
linda cena. Mais um Lamento.
Triste ausência, tanto quero saber o gosto, o cheiro, sentir o calor da face,
saber da voz, juntar as mãos, ter os lábios.

Pensamentos soltos, sem nexo, sem palavras. E o pensamento láa em você. <3

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

logo eu que queria a vida! a vida tamanho MUNDO.
encontrei, aqui no portão de casa, um par de asas. Voltei ao passo. Eu não preciso voar. Eu não preciso voar desde que eu entenda que aquilo que corresponde à realidade se chama raíz: A verdade consciente, a familia, os amores, a melodia, aquele dia...



Outro dia descobri: A vida é uma tentativa.
quero não pensar, não sentir, não te ver, nem te querer.
Isso é um desabafo racional sem sentimento imberbes à mistura. é uma racionalização de emoções que sou incapaz de sentir, mas suficientemente perspicaz para me aperceber que seriam facilmente enquadrados na minha realidade nesse momento.
" o amor é perecivel, precisa ser cultivado, cuidado constantemente para não acabar. Se não for perecível não é amor: é acordo de cavalheiros."