sexta-feira, 21 de maio de 2010

Odeio despedidas, mais do que todo o mundo. Principalmente porque eu nunca consegui segurar a mão de alguém que eu nunca mais quis soltar. Todas as minhas despedidas são tristes, desesperadas e me ardem tanto, porque elas apenas me lembram das mãos que eu soltei.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um pouco de mim

A sua fotografia continua ali, imóvel e calada como ela sempre foi. Talvez um pouco mais imóvel e um pouco mais calada, agora. Só um pouco.. mas agora ela me dói. Seu rosto de lado, como se fizesse uma pose sem querer. Na verdade, a impressão que tenho de você é que faz tudo sem querer. Sem querer me olhou, sem querer me quis, sem querer me prendeu em armadilha. E a sua fotografia agora me dói, porque eu estou presa à sua armadilha, simples assim. E você, (será sem querer?) levou embora um pouquinho de mim.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Living Colour teve a melhor trilha sonora da noite...
'e é por coisas assim que eu adoro!' <3


Naquela noite, ela pensou como ele estaria. O que ele estaria fazendo e se ele estaria sozinho. Ela pensou num bom motivo olhando para o telefone,e ficou tentada a mandar um telegrama bem urgente perguntando onde ele estava, mas ficou apenas tentada; não teve coragem de escrever nenhuma letra. Era qualquer coisa fora de seu alcance. Passou a noite toda tentando juntar velhos pedaços para ver se conseguia entender coisas que nunca havia entendido, mas em vão. As lembranças não tinham continuidade e eram pedaços confusos demais. Pelo menos ninguém saiu ferido, fora um adeus silencioso. Ela queria saber se ele estava sozinho olhando por aquela janela branca, ou se estaria cantando em alguma outra janela, ou talvez com os pés apoiados naquela mesa cara. Onde ele estaria, o que estaria fazendo? A última vez que se viram, ele estava empolgado mas parecia meio abatido, foi o último retrato dele que ficou em sua mente. 'Será que um dia ele aprende a não ser tão distante do mundo?', ela pensou.

domingo, 16 de maio de 2010

(...) – bem, como vai você? levo assim, calado, de lado do que sonhei um dia,como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar. Poderia até pensar que foi tudo sonho; ponho meu sapato novo e vou passear sozinho, como der. Eu vou até a beira. Besteira qualquer nem choro mais, só levo a saudade e é tudo que vale a pena.
  

Sapato Novo- Los Hermanos

sábado, 15 de maio de 2010

Que gosto é esse?

Que gosto é esse na minha boca? Não é o seu beijo e nem o beijo de ninguém. Não é o gosto do medo, esse gosto eu conheço bem. Náo é saudade, não é coragem e nem desgosto. Não é nada que eu conheça. Já se passaram tantos anos desde que o homem começou a dar nomes para todas as coisas, eu penso se todos os sentimentos já foram nomeados. Esse gosto, esse sentimento, acho que ninguém deu nome. Eu não sinto fome, não sinto dor, não sei o que é. Não tenho medo dessa vez. Acho que é gosto do tempo passando. Tem nome sentir o tempo passando?



Por K.B e J.P

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu tenho um amigo incrível. Ele faz festa na casa dele toda sexta-feira, não pára quieto, faz amizade com qualquer pessoa que passa na vida dele e o mais legal de tudo, ele adora ler. É dessas pessoas que é muito, muito difícil mesmo de não gostar. Ele tem umas frases bem divertidas que são marca registrada dele, e a que eu mais gosto é sempre pronunciada nas festas de sexta-feira: "Pessoal, quebrem apenas o necessário". Essa frase anda ecoando na minha cabeça. Tenho vontade de dizer para todas as pessoas que fazem festa no meu coração: "Ei, quebre apenas o necessário..."

A interminável lista de coisas que eu gostaria de saber...

  1. Queria saber se Deus concorda que à noite os homens durmam, e de manhã os homens trabalhem. Se ele fez a noite ser escura só para que ninguém enxergasse nada e fosse dormir, ou se ele quis que os homens fizessem um esforço e vivessem a noite, mas ninguém o obedeceu.
  2. Queria saber se é verdade que todo mundo tem um dom. O dom de cantar, de contar, de correr, de nadar, de ser líder (como Gandhi) ou de transmitir paz (como Dalai Lama). Se for verdade mesmo, eu gostaria de saber qual o meu dom.
  3. Queria saber quem é Graça e se ela trabalha mesmo com os filhos. Porque todos os dias eu passo perto de um restaurante chique de São Paulo e vejo um monte de cestas, dessas de feira, com muitas frutas frescas e um rótulo escrito: "Graça & Filhos". A Graça é quem recolhe as frutas e os filhos a ajudam a colocá-las nas cestas e vendê-las?
  4. Queria saber se você, às vezes, pensa em mim.
Minha lista é interminável e eu não me atrevo a terminá-la.

Às vezes eu desgosto tanto dos meus pensamentos, mas tanto. Nem o alto volume do rádio consegue abafá-los. Nem o desvio do meu olhar, nem outros pensamentos que tento pensar emcima daqueles. O que eu faço com esses pensamentos, se eles estão dentro de mim e tudo que é de dentro é intocável?

Tudo que é de dentro é intocável?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Eu gosto de ler textos que não tem um fim. Textos que contam um pedaço de uma história ou relatam uma experiência, mas que não acabam. Uma frase encerra aquele relato com um ponto final, mas a história fica... assim meio suspensa! Então eu começo a criar o que viria depois. Eu começo a colocar a minha vida naquele texto e as coisas ficam com a minha cara. Eu li sobre uma noiva que conhecia o pai do noivo. O encontro é puro, é bonito. Aquele texto termina com a frase "e caminhamos calmamente para o carro" mas não acaba a história. E eu, na minha cabeça, criei um abraço, um casamento bonito e, como minha imaginação sempre manda no final, ninguém nunca mais sente frio. Não sei porquê, mas nas minhas histórias as pessoas não acabam felizes para sempre, elas apenas nunca mais sentem frio, e ficam com as mãos entrelaçadas, para o resto do que for. Felizes, é claro, mas não para sempre, por que a tristeza é linda. Tem que ter um pouco de tristeza entre um para sempre e o outro. Amor bonito, é amor triste. Pelo menos nos meus finais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Diálogo do não adianta.

- Estou sim adiando a nossa conversa. É muita coisa que fica perdida na tradução de um sentimento partido. Não vamos entender, nem eu e nem você. Tanta coisa incompreensível.. sobre o quê iremos falar? Sobre o que você nunca disse? Ou sobre o que eu sempre tive que adivinhar? Podemos então falar sobre a praia que sempre ficou nos esperando, que eu fiquei esperando, mas você não me levou. Podemos falar também sobre as fotos que eu sempre quis tirar, mas você nunca levou a máquina. Ou então a gente pode falar sobre todos os textos que eu escrevi para você, mas você nunca disse nada. Você gostou?
- Essas coisas a gente pode sim falar, mas por favor, não me pergunte por que eu fui embora. Eu fui embora porque um dia eu percebi que o amor não é mudo. Porque eu percebi que eu quero ficar rouco de tanto conversar de madrugada. Porque eu vi como o horizonte é infinito e eu quero andar nele até cansar. Eu fui embora porque eu vi como a vida estava me chamando e eu não podia mais deixar o tempo passar assim, tão à toa.

é só uma coisa que faz parte.

E mesmo quando eu teimo em acreditar que doi, percebo a mentira que estou me contando. E isso sim machuca. E essa sua mania e me surpreender quando eu menos espero? E essa sua mania de me decepcionar quando eu estou esperando que você me dê o mundo inteiro? Talvez a mania seja minha mesmo de te querer tão perto e tão longe. De querer que você leia os meus pensamentos e decifre cada pedacinho de mim. Mas talvez, mais que tudo isso, a minha mania é sempre querer gostar de você sem precisar esperar nada em troca. =]

Acho que fiquei tanto tempo longe, que me acostumei com a ausência; e quando sinto saudades, isso soa como um sentimento comum. Já não doi... faz parte de mim!

Mesmo com tudo.

domingo, 2 de maio de 2010

Você dizia coisas tão fascinantes. Ou era eu que escutava só o que eu queria ouvir? Você me ganhou desde o primeiro olhar. E foi me ganhando. Mas você parece me perder aos poucos agora. Eu não sei se espero, se vou, se é cedo ou se é tarde. Você me confunde. Eu não consigo te decifrar, você carrega qualquer coisa de saudade. Antes mesmo de você chegar eu já estou sentindo saudade. Acho que é a ausência, que mesmo que você lute contra ela, você aprendeu a ser ausente. Eu carrego uma multidão no peito. São muitas e muitas pessoas. E todas elas querem um pouco. Todas elas sentem saudade, você consegue deixar a multidão do meu peito sozinha. Você consegue não dar a mão para nenhuma das pessoas que eu trago comigo. Eu não peço muito, posso transformar essa multidão em uma só. Eu não peço muito, só não quero mais essa sua saudade. 
Faz algum tempo já que nada tenho a dizer. Pode ser que eu esteja sem voz, pode ser que eu esteja sem palavras, sem frases.Pode ser que eu esteja cansada.
Mas nesse tempo em que ando calada,

                                                                      vejo que tudo vai ficando distante, tudo.
 
 

Caneta de dedos

Não consigo disfarçar a vontade de escrever poemas em seu peito. Será que algum dia você me deixa?

sábado, 1 de maio de 2010

THE END

Eu tive medo o tempo todo. Se alguém me abraça, eu perco o medo. Você nunca me abraçou o bastante. Tem dias que eu quero que tudo morra, e não fique nem uma última voz. tem dias que tudo morre, mas sobra uma voz.

... mas pelo menos foi um ponto final depois de tantas reticências!